quarta-feira, 3 de junho de 2009

Falando de sonhos no chat do Portal Terra


A experiência foi instigante e, como sempre ao falar de sonhos, foi também fascinante. Ontem, a convite da produção do chat do Portal Terra, participei de um bate-papo papo com internautas curiosíssimos para saber mais do encantado mundo dos sonhos. Encantado, sim, porque nem o mais ousado produtor de cinema consegue criar cenas tão bizarras quanto as que o inconsciente nos manda todas as noites, em arquivos originais e irrepassáveis. Sim, porque como já disse aqui algumas vezes, o sonho é do sonhador. E ponto!

Por isso mesmo foi necessário explicar aos participantes do chat (que teve a moderação dos jornalistas Juliana e Thiago) que não se deve falar em interpretar os sonhos, e sim em ampliá-los, buscando no conteúdo simbólico as associações que fazem sentido na realidade do sonhador. Claro que em um chat, onde não é possível a interlocução direta com o participante, dado o grande número de pessoas na sala, esta ampliação não é conclusiva. No entanto, sugere ao sonhador as possibilidades de indagação em torno das imagens, e nesse aspecto, mesmo sem conhecer ou acompanhar de perto o sonhador, é possível sugerir pistas para ele seguir o enigma proposto pelo inconsciente.

E assim foi no chat, onde não faltaram sonhos com cobras, cachorro e até uma pantera! Ou com a criança entregue nas mãos de uma sonhadora, ou ainda o significativo sonho de um canarinho amarelo preso em uma gaiola. Possibilidades inúmeras de “passear” ao redor de tantas imagens fortes, mobilizadoras, na tentativa de conseguir ler nas entrelinhas da mensagem cifrada do inconsciente. Para atenuar a ansiedade que um sonho pode trazer, é oportuno dizer que uma ampliação não se esgota em uma primeira abordagem. É como se tivéssemos que “conversar” com o sonho várias vezes, olhá-lo sob vários ângulos, até sentir que algo naquela análise mexeu com nossa sensibilidade , a ponto de conseguirmos dizer: é isso!

A idéia do bate-papo foi, principalmente, orientar as pessoas quanto ao que elas fazem com seus sonhos. Dizer que eles são importantes e que devem ser tratados como preciosidades que certamente nos ajudam a desvendar o nebuloso território do inconsciente. E, como tal, não podem ser reduzidos aos manuais de cunho adivinhatório, com interpretações simplistas e irreais. A orientação, que repito aqui, é que anotem seus sonhos em um caderno especial para este fim, escrevam a data em que ocorreram e anotem também a impressão que eles lhe causaram. É assim que se começa a materializar o interminável diálogo que temos que manter com o mundo interno. Sem isso, o mundo externo corre o risco de se tornar um monstro com a boca cheia de dentes. E a presa somos nós!

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